13/05/2008

"Amo-te só no meu silêncio, num só pedacinho de mim..."

Não percebo nem metade das coisas que ele diz ou do que ele faz, mas percebo o que ele sente porque, apesar dos seus lábios ficarem completamente apáticos no ponto alto do momento, os seus olhos não mentem. Mas "ela" não percebe ou, simplesmente não quer perceber...


Por vários instantes observei todo o teu ser, memorizando a tua inteira perfeição no mais amplo desejo de te ter. Observei meticulosamente o teu bocejar, o teu dom de sorrir verdadeiramente, o teu mais expressivo olhar, as flutuações de palavras proferidas, o franzir da tua testa de cada vez arregalavas os olhos, o esticar do teu queixo quando por mero acaso fazias aquela coisa estranha com a tua deliciosa boca, a tua fraqueza nos momentos em que estavas com “ela”…

Fazias-me voar em pensamento, fazias-me sentir um turbilhão de emoções inesperadamente desesperantes cujo sabor era delicadamente benigno de sentir e saciava os meus maiores anseios. Eu adorava sentir o que sentia porque bem lá no meu fundo, sabia que era só isso que poderia ter de ti, e a mim só me bastava saber que eras tu que me fazias sentir aquilo e tudo estava bem… Tudo estava mesmo bem…

Daria tudo para ser “ela”, para te poder abraçar e amar-te uma só vez da forma como intento… Queria poder estar no teu pensamento, dentro dos teus sonhos e no teu olhar, mas só te posso amar no meu silêncio, num só pedacinho de mim…