16/02/2010

"Texto sem título..."

Toda a nossa vida é feita de escolhas, quer sejam elas boas ou más, pois não podemos ter tudo. No entanto sempre me disseram que não deveríamos tomar decisões que, à partida, nos vão magoar, que nos vão fazer sentir que nada vale a pena e que tudo está perdido, mesmo que essa decisão nos dê uma felicidade momentânea de inimaginável prazer... Devemos sempre jogar pelo seguro, devemos sempre escolher o caminho que nos dê estabilidade e que não seja de extremos positivos ou extremos negativos...
Sempre fui do tipo de rapariga que gosta de arriscar, de dar tudo por tudo, de entregar toda a minha pessoa às minhas escolhas de vida, e, por isso,consequentemente, acabava sempre por escolher as extremidades da equação, optava pelo entusiasmo da felicidade momentânea em troca de no final acabar por cair na mais profunda angústia, na mais profunda dor que me consumia a alma por muito e muito tempo. Acreditava que um dia essa felicidade deixaria de ser momentânea e passaria a ser eterna, para sempre, que o sorriso se manteria para o resto da minha vida. Não me contentava com a segurança e a estabilidade, queria sentir na minha alma aquele sabor extasiaste que me proporcionava uma alegria orgásmica de todas as vezes que os meus olhos brilhavam. Não conseguia ficar quieta a ver a vida simplesmente a passar-me ao lado, estagnada, inerte... Porque eu só queria ser feliz, ser feliz para sempre... E, para que isso acontecesse era necessário arriscar, dar tudo por tudo, como sempre fiz! Mas já cai tanta vez que tenho a certeza que vou cair outra vez, que a história se vai repetir.
Há uns tempos atrás voltei a arriscar tudo, voltei a escolher a felicidade momentânea, sendo que esta felicidade, tem um sabor diferente, mais sentido e mais verdadeiro, e, desde ontem, que sinto que essa mesma felicidade está a desvanecer-se aos pedacinhos, pequeninos...
Sinto que se vai repetir a mesma história, a mesma lengalenga onde a felicidade passa a uma solidão profunda e enche o pensamento e o coração de recordações que magoam a alma. Não quero voltar a ir ao fundo, por isso, hoje, decidi afastar a profundidade dos sentimentos de mim porque ao inverso do que acontecia das outras vezes, este sentimento é mesmo real, nunca antes tivera sentido tamanho amor escondido dentro de mim, onde sou capaz de abdicar de tudo na minha vida para poder ficar simplesmente com ele. Não posso deixar que isto cresça mais e mais, tenho que afogar este sentimento, cala-lo, mantê-lo em silêncio para que mais tarde não me magoe... Se crescer mais e mais será o sentimento que algum dia mais me magoou. E será inesquecível. Sim, de hoje em diante é necessário ser um pouco fria, não dar tanta importância e acima de tudo tirar aos pedacinhos este sentimento. Porque nada no amor é certo. Desta vez escolho a segurança, a estabilidade, porque se não o fizer e se algum dia cair, o que é mais certo, não conseguiria levantar-me...