09/08/2007

Tu não gostas de mim!

Tu não gostas de mim, és frio e ages de uma forma tão indiferente para comigo que muitas vezes, mas mesmo muitas vezes acabas por me magoar sem intenção disso.
Pouco te interesso, pois não passo de mais uma que acabou por gostar de ti de uma forma verdadeiramente profunda.
Não te sirvo para nada, a não ser para ocupar as tuas horas vagas e te entreter enquando nada fazes...

[És mau sem saber que o és...]

Tu não gostas de mim, apesar de o dizeres, os teus actos não estão em conformidade com as tuas palavrasce muitas vezes até estão em grande paradoxo.
Pouco eu te interesso, disso tenho eu a certeza. Em 24 horas do dia, perdes em média 2 minutos comigo e sou eu quem te os pede.
Não te sirvo mesmo para nada, apenas para te encher o telemóvel com mensagens pseudo parvas ou para te fazer, de vez em quando, esboçar um sorriso meio forçado.

[Não consegues compreender nada... e nem eu a ti...]

Tu não gostas de mim, fazes de conta que gostas só para não me deixares ainda mais triste, isso porque tens um bom coração, eu sei que o tens... guarda-o...
Como já referi, pouco te interesso, pois apesar de ser morena não faço o teu género e sou uma pita mimada, setimentalista e muito burra por continuar a acreditar que o amor é algo extraordinárimente belo e causador de grandes momentos, caracterizados por uma felicidade infinitamente estranha mas de benigna impressão.
Mais uma vez afirmo que não te sirvo para nada, quer dizer, sirvo sim, sirvo para te apinhar de egocentricidade com palavras bonitas e para te dar o prazer de "gozares" comigo quando te apetece...

[Sinto-me usada... mesmo que não seja a tua intenção...]

Tu não gostas de mim, escusas de me continuar a dizer que sim e depois nem te lembrares que existo pois... eu sei que pouco ou mesmo nada te interesso, não te faças de desentendido e nem me continues a enganar dizendo que sim... sabes porquê, porque não te sirvo para nada a não ser para todos os dias te dizer que "gosto de ti" e tu me responderes " eu sei"...


[[[ ... Vou pedir, aos Céus, você aqui comigo, Vou jogar, no mar, Flores para te encontrar… ...]]]

"...You say Goodbye / And I say Hello / You say Goodbye / And I say Hello ..."

[... vivendo um sonho acordada...]

Lá estava ela outra vez debruçada, olhando para o portão do jardim, através da janelinha do seu quarto que se encontrava no 2º andar da moradia que, seus pais compraram em Agosto do verão passado. Mês e ano em que ela fizera 18 anos.

Desde aquele dia tão especial, que todas as noites ela entra no seu quarto às 22 horas, tranca a sua porta e pôe-se à janela à espera de ver o que lhe dá força para continuar a viver. Todas as noites, através da sua janela pequenina no cantinho do quarto, espera ver a verdadeira razão da sua existência e o principal móbil de ainda continuar a respirar aquele ar que tanto a sufoca sem ela perceber porquê...

No escuro do seu quarto, ao fechar os olhos lembra-se da primeira vez que viu aquele ser tão perfeito que a encheu de promessas à luz da lua e a fez acreditar numa felicidade longínqua mas autêntica.

Lembrava-se de vê-lo vaguear pelo jardim da grande moradia e depois de se ter sentado na enorme fonte velha cujo o líquen revestia, conferindo-lhe um ar de fonte natural e genuíno. Sim, lá estava ele sentado naquela bela noite de luar tentando contar as estrelas que se encontravam no céu, ao mesmo tempo que baixinho murmurava preclaros versos de amor... Através dos seus olhos castanhos, ela vira uma alma magoada mas esperançosa que sonhava com algo indiscrivisívelmente inexplicável. Depois, lembra-se da forma como ele a olhou e do seu sorriso espantosamente verdadeiro e transportador de uma alegria aliciante... Ao ouvir um ruído, abriu os olhos, mas ao olhar para baixo nada vê a não ser o misterioso jardim envolvido no breu daquela quente noite de verão.

Volta a fechar os olhos, mas desta vez pôe-se a recordar a sua primeira escapadela nocturna na primeira noite de Setembro do ano passado. Fora nessa noite que pela primeira vez os seus lábios conheceram o sabor do primeiro beijo de todos aqueles que partilhou com aquele ser perfeito que a conquistara desde aquela bela noite de luar. Foi um beijo estrondosamente mélico, carinhoso, verdadeiro e sentido. Foi um beijo dado com amor que fez com que dentro de si, uma explosão de desejos e sonhos se desenvolvessem, dando-lhe a sensação de querer aquilo para sempre, e assim o fez...

Completamente perdida nos seus pensamentos, divagando no tempo... assustasse com o bater da porta. Era a sua mãe querendo desejar-lhe uma boa noite. A mãe sai, ela volta a trancar a porta e a dirigir-se à janela. Olha para a lua e de mansinho murmúra: "- Òh lua, tu minha adorada lua, a única testemunha deste enorme amor que tenho vivido desde que vim para cá morar, dá-me o prazer de o voltar a ver e de o sentir novamente..."

Volta a fechar os olhos e num breve segundo a sua alma empalidece... Desta vez as suas memórias levaram-na para o dia 30 de Dezembro do ano passado, o dia do seu maior e pior pesadelo... Abriu os olhos, com a face já coberta de lágrimas, corre para a sua cama... e suavemente diz baixinho: "- Porquê te arrancaram assim de mim?..." Só uma frase pairava na sua cabeça confusamente perdida: "- Como é possível eu ainda existir sem te poder abraçar?..."

Aos poucos foi fechando os olhos e caiu num sono profundo pensando que este pensamento, a da morte do seu eterno amado, não passava de um pesadelo... e que a sua ausência nesta noite deveria de ter uma boa razão...

No dia seguinte acorda, novamente com aquela ânsia de que a noite chegue depressa, para que caia outra vez na espectativa de voltar a vê-lo...

São assim os dias daquelas meninas, mulheres e senhoras que perdem a sua razão de viver mas que continuam na esperança de voltar a ver aquele olhar, aquele sorriso... de voltar a sentir aquele toque, aquele abraço profundo... ou de voltar a ouvir a voz... vivem assim de um sonho acordadas...